Preâmbulo
O que é a Pegada Ecológica da CIDSE?
A “Pegada Ecológica da CIDSE” oferece meios para a rede CIDSE avaliar e reduzir a sua pegada ecológica. O Secretariado da CIDSE e várias organizações membros já pensam no impacto ambiental do seu trabalho há muitos anos. A Pegada Ecológica da CIDSE constitui um passo crucial na recolha e apresentação de todas estas experiências valiosas da rede CIDSE. Mostra-nos onde estamos como rede e como podemos avançar em conjunto. Em linha com os nossos esforços contínuos para tornar a CIDSE uma verdadeira rede de aprendizagens, a Pegada Ecológica da CIDSE destina-se a facilitar a troca de conhecimentos e experiências e a promover sinergias em toda a rede CIDSE. Esperamos que “a Pegada Ecológica” apoie ativamente a nossa rede a passar das palavras aos atos quando analisamos o nosso próprio impacto ambiental. Pretende ainda inspirar e ajudar-nos a continuar a refletir, questionar e desafiar-nos e às nossas organizações e a tomar medidas práticas para minimizar o nosso impacto ambiental.
O trabalho da CIDSE sobre pegadas ecológicas é um processo dinâmico que vai continuar a desenvolver-se e a evoluir na rede CIDSE. Nesse sentido, é apenas um ponto de partida, um primeiro passo conjunto. O formato online permite-nos rever, atualizar e acrescentar histórias, sucessos, práticas inspiradoras e recursos de membros da CIDSE e, numa segunda fase, também de parceiros e aliados. Esperamos que possa servir como uma base firme para continuarmos a pensar, discutir e partilhar maneiras de reduzir ainda mais a pegada ecológica da CIDSE.
Porque foi desenvolvida?
Como rede, lutamos por uma mudança transformadora para acabar com a pobreza e desigualdade, desafiando a injustiça sistémica, a desigualdade, a destruição da natureza e promovendo alternativas justas e ambientalmente sustentáveis. Isto reflete-se no nosso trabalho quotidiano sobre justiça climática, sistemas energéticos e alimentares, regulamentação corporativa e direitos sobre a terra, em que defendemos ativamente que os governos e as empresas parem de prejudicar o nosso ambiente, saúde e futuro comuns. Através do nosso trabalho com os membros, parceiros e aliados, temos uma visão ampla e direta dos impactos sociais e ecológicos dramáticos e devastadores da nossa economia e modo de vida ávido de recursos. Nas nossas vidas pessoais e em todos os aspetos do que fazemos como rede, somos, portanto, especialmente chamados a atuar de uma forma responsável para com o clima e o ambiente.
À medida que os apelos por uma transformação urgente num mundo justo e sustentável se ouvem cada vez mais alto, precisamos de ações ousadas, ambiciosas e imediatas a vários níveis. Os efeitos cada vez mais tangíveis das alterações climáticas na nossa vida quotidiana, e especialmente sobre os mais vulneráveis, recordam-nos que temos de agir. Com a adoção do Acordo de Paris em 2015, os países concordaram em manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2°C e em prosseguir esforços para limitar o aquecimento a 1,5°C. No entanto, a redução das emissões, conforme atualmente está estabelecido nos Contributos Determinados a Nível Nacional dos países, não será suficiente para atingir esse objetivo e para nos pôr a caminho de uma sociedade de baixo carbono. Enquanto continuamos a insistir junto dos decisores políticos para que encontrem soluções rápidas e claras e continuamos a mobilizar, apoiar e apelar a uma transição justa para um futuro mais sustentável e saudável, reconhecemos que juntos temos a chave para provocar a mudança de que precisamos e reduzir as nossas emissões de dióxido de carbono. As alterações climáticas exigem mudanças profundas e radicais nos nossos atuais padrões de produção e consumo, obrigando-nos a tornar a nossa maneira de trabalhar mais sustentável.
As mudanças que imaginamos conduzir a um mundo justo e sustentável não podem acontecer sem o compromisso pessoal de muitos. Existem práticas que nós, como indivíduos, comunidades e organizações, podemos adotar para criar o tipo de mundo que queremos ver. As nossas ações podem ser sementes de um novo modo de vida e levar os decisores políticos a passar das palavras às ações.
Na CIDSE, estamos convencidos de que esta mudança também deve acontecer ao nível da organização e da rede. O nosso mandato para trabalhar na avaliação e redução do impacto ambiental da nossa rede está plenamente integrado no nosso atual Quadro Estratégico e no Plano Operacional. Na nossa prioridade organizacional “A mudança começa connosco”, estamos a trabalhar para criar condições estruturais que contribuam para provocar uma mudança sistémica. Dentro dessa prioridade, não se trata apenas do trabalho que fazemos como rede para avançar rumo a uma transformação para um mundo justo e sustentável, mas também de olhar para a forma como funcionamos na nossa rede e para o impacto que o nosso próprio trabalho tem sobre o ambiente. Temos de ser donos da mudança que queremos ver e passar por uma transformação organizacional, que inclua uma avaliação das nossas práticas, com base no seu impacto ecológico, e o nosso esforço para reduzir ainda mais a pegada ecológica da CIDSE.
O nosso trabalho sobre as pegadas ecológicas também está profundamente enraizado nos princípios e valores da Doutrina Social da Igreja. Na sua Encíclica “Laudato Si”, o Papa Francisco apelou a uma conversão ecológica que envolva uma profunda transformação rumo a um modo de vida mais sustentável e um imperativo moral de responder “ao clamor dos pobres e ao clamor da terra” nas nossas ações quotidianas. A encíclica do Papa inspirou toda a família CIDSE a começar a ter em conta o seu próprio impacto ambiental como organização ou a subir a fasquia naquilo que já faziam.
A quem se destina?
A Pegada Ecológica da CIDSE será lançada em duas fases. Na sua fase inicial, foi desenvolvida principalmente para reflexão interna dos membros da CIDSE e do Secretariado da CIDSE. A limitação do seu âmbito inicial vai permitir-nos continuar a recolher as experiências dos membros da CIDSE e a desenvolver melhor a ferramenta. No entanto, no futuro, pretendemos abri-la aos aliados e parceiros da CIDSE.
Nos próximos meses, o Secretariado da CIDSE vai aproveitar várias oportunidades (tanto online como offline) para partilhar a Pegada Ecológica da CIDSE. Acreditamos que particular e debater as formas de reduzir ainda mais a nossa pegada ecológica não é uma coisa que devemos fazer isoladamente, mas que deve fazer parte do diálogo permanente com os nossos membros, parceiros e aliados, tanto no Norte Global como no Sul Global.
Como pode ser usada?
A forma como a Pegada Ecológica da CIDSE foi concebida permite que seja usada de várias maneiras. Foi desenvolvida para acolher uma variedade de necessidades de apoio que os membros da CIDSE podem ter para continuar a trabalhar a sua pegada ecológica.
- Pode celebrar as conquistas dos outros membros da CIDSE na redução da sua pegada ecológica;
- Pode ler as suas histórias sobre quando, porquê e como começaram a trabalhar para reduzir a sua pegada ecológica e o que conseguiram até agora; nos últimos anos, temos testemunhado o poder da partilha de histórias que inspiram a mudança à nossa volta: queremos continuar a promover este processo.
Com base na experiência valiosa da rede CIDSE, a “Pegada Ecológica da CIDSE” também inclui várias ideias sobre como progredir no trabalho sobre pegadas ecológicas, nomeadamente:
- lições baseadas na experiência de alguns membros da CIDSE sobre como avaliar a pegada ecológica da organização e como incorporar esse trabalho numa organização;
- práticas concretas e inspiradoras reunidas pelos membros da CIDSE sobre como reduzir a sua pegada ecológica organizacional nas viagens, no escritório e em outras atividades, como eventos e workshops;
- perguntas para a rede CIDSE refletir e discutir;
- e uma secção de recursos com links para vários materiais de membros da CIDSE sobre pegadas ecológicas.
Gostaria de partilhar a experiência da sua organização no trabalho sobre a pegada ecológica? Ou outras informações e recursos? Fale connosco! Giorgio Gotra [gotra(at)cidse.org] ou Nicky Broeckhoven [broeckhoven(at)cidse.org]
Percurso sobre a pegada ecológica dos membros da cidse

Vários membros da CIDSE têm vindo a pensar e atuar sobre as pegadas ecológicas e estilos de vida sustentáveis há muitos anos. Esta secção mostra parte do trabalho incrível que já acontece na rede CIDSE. Em seguida, vários membros partilham connosco o seu percurso sobre a pegada ecológica. Contam quando e como começaram a olhar para a sua própria pegada, descrevem como avançaram e sublinham as principais conquistas até ao momento.
Os seus percursos mostram uma ampla gama de abordagens ao trabalho de avaliação e redução da pegada ecológica. São possíveis vários pontos de partida e não existe uma maneira única de lidar com as pegadas ecológicas e com a sustentabilidade numa organização. Depende muito do tamanho da organização, dos seus recursos (equipa, tempo e orçamento) e do grau de compromisso e apoio em diferentes níveis.
Os seus percursos demonstram ainda que o trabalho sobre a pegada ecológica não acontece num processo perfeitamente linear e que demora algum tempo até que todos estejam no mesmo ponto. Alguns membros da CIDSE começaram a analisar o impacto ambiental do seu trabalho e das suas atividades há quase dez anos, mas isso não significa que esses esforços tenham sido sempre coerentes. Vários membros relatam que o trabalho sobre a sua pegada ecológica variou: umas vezes progrediram, outras vezes estiveram parados.
O trabalho sobre as pegadas ecológicas na rede CIDSE já deu origem a muitas conquistas concretas. Vários membros da CIDSE têm agora políticas ou orientações sobre sustentabilidade. Alguns criaram, ou estão no processo de criação, uma equipa ou grupo de trabalho especial para se concentrar na sua pegada ecológica e na política ambiental. Alguns estabeleceram metas e conseguiram reduzir substancialmente as emissões em áreas como as viagens ou as atividades do escritório. É importante reconhecer e celebrar estas conquistas à medida que a rede CIDSE continua a refletir, debater e partilhar maneiras de reduzir ainda mais as nossas pegadas ecológicas.

A Broederlijk Delen criou um grupo de trabalho sobre “política verde” em 2010, como parte da sua responsabilidade social corporativa. O grupo de trabalho teve os seus altos e baixos, uma vez que raramente foi uma prioridade para os participantes, mas, pouco a pouco, a “política verde” foi crescendo. Foram implementadas políticas e os funcionários foram ficando cada vez mais conscientes da expressão “passar das palavras à ação”. A Direção apoiou o grupo de trabalho desde o início, o que facilitou as atividades e as novas políticas. Trabalhámos sobre uma ampla gama de questões e atingimos resultados significativos sobre “alimentação sustentável” e “viagens nacionais”. Atividades como refeições vegetarianas partilhadas e conversas ao almoço foram populares entre a equipa. Desde 2019, concentrámo-nos em 2 ou 3 áreas de política por ano. Em 2019, foram o “consumo de energia”, as “viagens internacionais” e a “comunicação”. Em 2020, estamos a trabalhar sobre “alimentação sustentável” e “desinvestimento”. Temos consciência dos crescentes desafios climáticos que o mundo enfrenta e que exigem uma mudança maior do que a maioria das organizações conseguiu fazer nos últimos dez anos. Esta é uma área essencial de preocupação nos nossos planos futuros.
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A CAFOD trabalha há décadas os temas de ambiente e alterações climáticas, através do nosso próprio trabalho operacional, os nossos programas internacionais no exterior e a Comunidade Católica em Inglaterra e no País de Gales. Vimos em primeira mão o impacto devastador das alterações climáticas e a destruição ambiental nos nossos parceiros, e temos visto como a comunidade católica se tem mobilizado para a mudança em si mesma e desafiar a situação.
Procurando inspiração na Laudato Si, fomos desafiados a ouvir “o clamor da terra e o clamor dos pobres” em todo o nosso trabalho. O nosso quadro estratégico para 2020-30 A Nossa Casa Comum assume um compromisso com “uma conversão ecológica para a nossa própria transformação”. Uma das medidas da nossa conversão ecológica é que a CAFOD vai “dar o exemplo de gestão ambiental e ser neutra em carbono até 2030”. No nosso Programa Internacional, estamos comprometidos com uma abordagem de ecologia integral.
A nossa política ambiental foi atualizada de acordo com a nossa nova estratégia e é orientada por um grupo de trabalho de Gestão Ambiental. Comprometemo-nos a proteger o ambiente, reduzindo o impacto ambiental negativo em todas as nossas operações e no trabalho dos programas, bem como a regenerar o ambiente. O relatório anual 2019/20 terá uma secção sobre gestão ambiental e começaremos a publicar a nossa pegada de carbono a partir de 2020/21.
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O ambiente e a ecologia foram sempre temas importantes na nossa organização, mas sobretudo nos programas no estrangeiro, onde o apoio a grupos de pequenos agricultores sobre agroecologia predominou nos últimos anos. Mas por que motivo trabalharíamos em agroecologia com os parceiros no estrangeiro, mas não aqui na Bélgica? Esta incoerência não tinha justificação, por isso começámos a olhar para a agroecologia aqui na Europa, promovendo melhores políticas públicas e depois a analisar a nossa própria pegada ecológica. De facto, sentimos que devíamos dar o exemplo aos nossos parceiros internacionais e aos stakeholders externos e internos. Por volta de 2015, também elaborámos a nossa “Politique de Développement durable” (Política de Desenvolvimento Sustentável). Aconteceu também que o nosso principal financiador institucional, o Ministério da Cooperação para o Desenvolvimento belga, desejava que as ONG que apoiava tivessem essa política. O nosso compromisso ambiental foi reforçado quando pedimos e conseguimos o selo verde (Label Entreprise Ecodynamique) atribuído pela Região de Bruxelas em 2015, e novamente em 2019. Ter uma política escrita sobre desenvolvimento sustentável em vigor, e receber um rótulo ambiental ajudou-nos bastante a aumentar a motivação da equipa, dos voluntários e dos doadores, ao mesmo tempo que demonstrava claramente o nosso compromisso para com as causas ambientais.
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Na eRko, tentamos fazer um bocadinho todos os dias. Por exemplo, viajar em transportes públicos, reduzir o número de carros usados para participar em encontros ou reuniões, e privilegiar as viagens de comboio e a partilha de carros. Quando recebemos convidados ou organizamos seminários e workshops, compramos comida e bebidas em lojas sem desperdício. Sempre que possível e quando faz sentido logisticamente, incentivamos as viagens de comboio em vez de avião ou de carro (por exemplo, reuniões com parceiros na Áustria). Infelizmente, não temos políticas claras para reduzir sistematicamente a nossa pegada ecológica.


A FEC trabalha sobre a sustentabilidade e a sua pegada ecológica desde 2011, como parte das campanhas sobre estilos de vida sustentáveis. No entanto, não estamos a trabalhar a pegada ecológica da organização. Atualmente, não temos política nem procedimentos escritos sobre este assunto. Contudo, temos algumas práticas de sustentabilidade na nossa organização para reduzir a nossa pegada ecológica. Fomos desafiados pela CIDSE a começar a trabalhar estas questões. Depois de analisarmos a situação em Portugal e junto dos nossos parceiros locais, concluímos que a sustentabilidade estava diretamente relacionada com a nossa missão. Começámos, assim, a trabalhar estas questões regularmente junto das escolas, campanhas, parceiros locais, produtores, pequenos agricultores e decisores (a nível local, nacional e europeu). Agora, os “estilos de vida sustentáveis” são um dos principais eixos do Plano Estratégico da FEC para 2017-2021.
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Na nossa organização, desenvolveu-se uma maior sensibilidade a esta questão, principalmente graças ao lançamento da Encíclica do Papa Francisco sobre ecologia (integral) – Laudato Sí – em 2015. O trabalho por trás da organização de várias peregrinações nacionais e internacionais sobre o clima contribuiu para reforçar a mensagem da encíclica. Outro fator que teve um papel fundamental neste processo foi o compromisso pessoal da nossa equipa. Neste sentido, um exemplo concreto e recente de como mantemos “viva” a consciência sobre estes assuntos foi o regresso dos nossos jovens apoiantes do acampamento da CIDSE “Mudar pelo Planeta, Cuidar das Pessoas”, organizado pela CAFOD no Reino Unido, em agosto de 2019. De volta ao escritório, graças à sua experiência no acampamento de seis dias, os nossos jovens colegas partilharam com o resto da equipa a necessidade de a FOCSIV olhar para a sua própria pegada ecológica, analisando o nosso uso de plástico descartável, a forma como montamos os nossos sistemas de aquecimento, o uso dos carros e a mobilidade da equipa do escritório, a gestão orçamental, … Assim, embora ainda não tenhamos implementado políticas de sustentabilidade, temos consciência da importância deste tema.


Para a rede KOO, este processo começou realmente em 2015. Nessa altura, a Conferência Episcopal Austríaca emitiu uma declaração sobre proteção climática, em que estabelecia três objetivos para a Igreja Católica austríaca, incluindo o desenvolvimento de (1) estratégias de proteção do clima e de energia, com planos de implementação, (2) normas de compras ecossociais e (3) orientações sobre sustentabilidade em todas as dioceses. Como várias dioceses já estavam a elaborar orientações sobre sustentabilidade, não fazia sentido que a KOO elaborasse as suas próprias orientações sobre sustentabilidade para as organizações ativas da Igreja e da ajuda internacional ao desenvolvimento. Então, decidiram elaborar as Orientações da KOO sobre Proteção Climática, que lhes permitiria incorporar as orientações que já existiam nas suas operações, e escolheram e complementaram os aspetos essenciais que fossem relevantes para a sua rede. Com base nestas orientações, pediram aos seus membros que escolhessem pelo menos três aspetos sobre os quais queriam trabalhar durante um ano. No início, alguns dos seus membros mais pequenos estavam um pouco preocupados porque não tinham grande capacidade para arrancar com este trabalho. No entanto, rapidamente se aperceberam de que já estavam a fazer bastante e algumas ações podiam ser realizadas facilmente. Alguns dos membros maiores implementaram as suas próprias orientações sobre “escritórios verdes” e sustentabilidade.
Há mais de 60 anos que a MISEREOR está envolvida em projetos internacionais de desenvolvimento, incluindo a proteção do ambiente e da atividade económica sustentável, para que as gerações futuras possam viver no nosso planeta. Desde o início, a MISEREOR apelou ao povo e aos decisores alemães para que analisassem e reduzissem o seu consumo de recursos. A MISEREOR exige o mesmo de si própria. O orçamento sustentável é uma das principais prioridades. Foi por isso que a MISEREOR adotou uma política de compras sustentáveis e implementou uma gestão ambiental sistemática, de acordo com o Esquema de Ecogestão e Auditoria da UE (EMAS), incluindo a validação externa. O nosso objetivo é evitar ou reduzir as emissões de CO2 provocadas pelo trabalho da MISEREOR e compensar todas as restantes emissões através do fundo de compensação Klimakollekte da Igreja. Ao incorporar critérios ambientais na cooperação para o desenvolvimento, a missão cristã de preservar a criação também ganha uma dimensão internacional e global no nosso trabalho com os projetos. Ao envolvermos os parceiros de projetos a nível internacional, e os parceiros de setor a nível regional e nacional, pretendemos criar uma consciência coletiva sobre modos de vida e de trabalho sustentáveis. Através do seu sistema de gestão ambiental, a MISEREOR tem como objetivo demonstrar a sua própria credibilidade e servir de exemplo para outros grupos e instituições da Igreja e da sociedade. Em conjunto com a MISEREOR, os seus funcionários também estão a dar o exemplo de como contribuir para um estilo de vida sustentável.


A Trócaire responde aos impactos das alterações climáticas nos países mais pobres do mundo há mais de uma década. Apoiamos as comunidades a juntar as peças quando acontecem catástrofes relacionadas com o clima e a aumentar a sua resiliência face aos futuros choques climáticos. Também fazemos campanhas a pedir ação a nível nacional e internacional e a sensibilizar e incentivar ações na Irlanda. Fizemos várias tentativas para abordar a nossa pegada de carbono organizacional. A nossa iniciativa mais recente – GLAS (Verde, em irlandês) começou em 2016. Temos um grupo de trabalho a funcionar e um representante da GLAS na nossa Equipa de Liderança de Topo. Reunimos anualmente os dados de todos os nossos escritórios sobre as emissões de carbono das viagens aéreas e rodoviárias, e o uso de papel e de energia. Desde 2017, estabelecemos metas anuais de redução das nossas emissões. As políticas GLAS estão incorporadas nos processos de planeamento e orçamentação anual da organização, com o objetivo de garantir reduções contínuas e consistentes das emissões e assegurar que o cuidado com o ambiente seja central em todas as nossas atividades.
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No Secretariado da CIDSE, o desenvolvimento e a implementação de políticas para avaliar e reduzir a nossa pegada ecológica tem sido um processo progressivo, que começou há mais de 10 anos. Ao longo dos anos, temos observado o impacto ecológico do transporte e das viagens, que representam uma grande parte das nossas emissões de carbono, o impacto das atividades quotidianas no escritório, como o consumo de eletricidade, água e papel, e temos considerado o impacto ambiental dos eventos que organizamos ou acolhemos. Neste processo, houve vários passos informais (em reuniões e debates), mas também outros passos formais importantes. Desde 2010, implementámos políticas que abrangem a alimentação, os edifícios e as TI. Em 2016, o trabalho sobre a nossa pegada ecológica foi incorporado no Quadro Estratégico e no Plano Operacional da CIDSE, representando um mandato claro para continuarmos a trabalhar na avaliação e redução do nosso impacto ambiental de uma forma mais coerente, nomeadamente criando espaços de partilha e aprendizagem entre os membros e avaliando o progresso até ao momento. Levou-nos a adotar uma estratégia sustentável para o escritório e uma política de sustentabilidade revista e atualizada, que abrange várias categorias de operações de trabalho (incluindo viagens, escritório e atividades). Este processo teve o contributo de vários funcionários e membros da CIDSE.

Gostaria de partilhar o percurso da sua organização no trabalho sobre a pegada ecológica? Fale connosco! Giorgio Gotra [gotra(at)cidse.org] ou Nicky Broeckhoven [broeckhoven(at)cidse.org]
Algumas das realizações da Trócaire
O grupo GLAS tem muito trabalho a fazer, mas progrediu muito desde 2016 no sentido de recolher e monitorizar dados e impulsionar uma redução na nossa pegada de carbono organizacional. A direção de topo está comprometida, e este compromisso é documentado no nosso Relatório Anual. Temos um representante na nossa Equipa de Liderança de Topo, representantes em cada um dos nossos escritórios na Irlanda e no terreno empenhados em promover a mudança, e um grupo de trabalho na Sede. Incorporámos as Políticas GLAS nos nossos processos de planeamento e orçamentação e, ao olharmos para o nosso próximo Plano Estratégico, queremos garantir que os nossos compromissos de carbono sejam tidos em conta quando decidirmos o que fazer e como vamos fazer nos próximos 5 anos.
Algumas das realizações da FEC
Devido ao trabalho na FEC na promoção de estilos de vida sustentáveis, há quase 10 anos, em diferentes contextos e com diferentes grupos-alvo, podemos ver a mudança a acontecer no comportamento individual e coletivo, na promoção de um mundo sustentável. Ao mesmo tempo, a FEC é agora reconhecida como uma organização credível e conhecedora destes assuntos, pelas escolas, organizações da sociedade civil e decisores. A FEC é convidada regularmente para realizar workshops, falar em conferências e reunir com decisores nacionais e europeus. Através das suas atividades de promoção de estilos de vida sustentáveis nos últimos três anos (2016-2019), conseguiu atingir uma vasta audiência de estudantes, público em geral, jovens ativistas e decisores.
Algumas das realizações da CAFOD
A CAFOD construiu um edifício verde premiado (Romero House) para ser a nossa Sede em Londres, em 2010, que utiliza o calor da terra e tem um telhado verde. Nos últimos 7 anos, reduzimos ainda mais o uso de energia no nosso escritório de Londres em 28%, através de várias medidas de poupança de energia, e também passámos a usar eletricidade e gás 100% verde. A instalação recente de luzes LED vai reduzir ainda mais o consumo de energia.
A nossa política de viagens exige que as viagens sejam feitas de comboio sempre que possível e incentiva toda a equipa a viajar apenas quando for necessário, e a pensar em outras maneiras de trabalhar. Temos o compromisso de reduzir as nossas viagens internacionais, que representam aproximadamente 70% da nossa pegada de carbono.
A CAFOD (em conjunto com a CRS, a Caritas Australia e a Trocaire) desenvolvem uma ferramenta de gestão ambiental, que é um registo de riscos para apoiar os programas na avaliação, gestão e redução de riscos ambientais. Os membros da equipa tiveram formação e a ferramenta tem sido utilizada para apoiar a conceção de programas em cinco países.
O nosso trabalho de advocacia integra o ambiente, a pobreza e as alterações climáticas, com um enfoque no abandono progressivo dos combustíveis fósseis, no acesso a energias renováveis, no uso sustentável da terra, nas práticas agrícolas sustentáveis, e na proteção dos defensores do ambiente.
A CAFOD capacitou os católicos de toda a Inglaterra e País de Gales a fazerem mudanças nas suas próprias comunidades, através do prémio livesimply, que incentiva as escolas e paróquias a desenvolver um plano de ação para cuidar do ambiente. Mais de 100 estabelecimentos concorreram ao prémio e, até janeiro de 2020, foram atribuídos 60 prémios.
Algumas das realizações da Broederlijk Delen
- Criar um grupo de trabalho ativo e comprometido entre a equipa sobre Política Verde, representando as partes relevantes da nossa organização, com apoio da Direção;
- Publicar anualmente os nossos principais indicadores e políticas ambientais e sociais;
- Estabelecer um sistema interno de comunicação para manter a equipa informada e motivada sobre práticas verdes, no trabalho e na sua vida privada;
- Adotar políticas e práticas sobre alimentação sustentável, viagens nacionais, europeias e intercontinentais amigas do ambiente;
- Assinar a iniciativa Laudato Si da Ecokerk sobre desinvestimento;
- Diminuir o consumo de energia e reduzir as emissões relacionadas em 75 por cento;
- Certificação de 3 estrelas sobre Comércio Justo da Max Havelaar;
- Implementar a prevenção de resíduos e a gestão seletiva de resíduos.
Algumas das realizações da Entraide et Fraternité
Elaborámos a nossa “Política de Desenvolvimento Sustentável”, um documento que contém os compromissos assumidos pela nossa organização para melhorar a sua pegada ecológica. Este exercício, que nos levou um ano (de meados de 2014 a meados de 2015), envolveu todos os nossos stakeholders e estabeleceu as bases sobre as quais as melhorias ambientais podiam ser promovidas. Foi também um catalisador eficaz na melhoria da motivação pessoal e coletiva para respeitar os compromissos ecológicos. Este documento está agora a ser atualizado (2020).
Recebemos o selo verde atribuído pela Região de Bruxelas em 2015, e novamente em 2019. A “Label Entreprise Ecodynamique” recompensa e incentiva empresas, associações e instituições com sede em Bruxelas que reduzam ativamente o impacto das suas atividades sobre o ambiente. É uma certificação oficial e gratuita. O prémio do selo reconhece a gestão ecológica, particularmente na gestão e redução de resíduos, uso racional da energia e gestão das viagens dos trabalhadores, etc. As conquistas são reconhecidas numa escala de três níveis: uma, duas ou três estrelas. A Entraide & Fraternité recebeu um selo de 2 estrelas. Esse reconhecimento oficial foi fantástico para melhorar a motivação e o compromisso da equipa.
The writing of the “Politique de Développement Durable (Sustainable Development Policy)”, a document which includes all the commitments which our organisation was making to improve its ecological footprint. This exercise, which took over one year (from mid-2014 to mid-2015) involved all stakeholders and established a good basis on which environmental improvements could be made. It also served as a good catalyst to improve personal and collective motivation to ecological commitments. This document is currently being updated (2020).
Obtaining a green label organised by the Brussels Region in 2015 and subsequently in 2019. This “Label Entreprise Ecodynamique” rewards and encourages Brussels based companies, associations and institutions that act to reduce the impact of their activities on the environment. It is an official and free recognition. The label values eco-management approaches, particularly in the areas of waste management and prevention, the rational use of energy, the management of workers’ mobility, etc. The efforts made are symbolized on a three-tier scale: one, two or three stars. Entraide & Fraternité got a 2-star label. Such an official recognition was fantastic in improving staff morale and commitment.
A experiência da cidse na avaliação e incorporação da pegada ecológica
Na rede CIDSE, sentimos uma necessidade real de refletir e considerar o impacto ambiental das nossas próprias atividades e de nos desafiarmos constantemente a reduzir ainda mais a nossa pegada ecológica, ajudando assim a travar o aquecimento global. A secção anterior destacou o trabalho incrível que já está a ser feito pelos membros da CIDSE e pelo Secretariado da CIDSE, e que deu origem a uma riqueza de informações com lições valiosas para avançar com o trabalho sobre a pegada ecológica. Isso permitiu-nos reunir várias práticas inspiradoras concretas, abrangendo várias áreas, como as viagens, as práticas de escritório e as atividades. A experiência dos membros também nos permitiu identificar fatores que têm provado ser cruciais, embora desafiantes, na incorporação com sucesso do trabalho sobre a pegada ecológica numa organização ou rede.
Como “medir é conhecer”, a experiência da rede CIDSE mostra que um primeiro passo essencial na avaliação da pegada ecológica é saber onde está a sua organização. Por isso, vamos começar por partilhar algumas experiências dos membros da CIDSE na avaliação da sua pegada ecológica e destacar alguns passos importantes desse processo. No entanto, medir e estabelecer metas de redução é apenas uma parte do processo. A experiência dos membros também tem mostrado que existem vários fatores que podem ter uma grande influência para que uma organização atinja com sucesso as metas e objetivos que estabeleceu. Estes fatores, debatidos na secção II, incluem a incorporação do trabalho sobre pegada ecológica num contexto organizacional mais amplo e conquistar apoio a diferentes níveis dentro da organização.
A EXPERIÊNCIA DOS MEMBROS NA AVALIAÇÃO DA SUA PEGADA ECOLÓGICA
Reduzir a pegada ecológica como organização exige uma avaliação do vosso atual impacto ambiental como organização. Os membros da CIDSE fizeram-no de várias maneiras. Apesar dos diferentes sistemas utilizados na rede CIDSE para avaliar as pegadas ecológicas e as diferentes fases em que os membros estão, algumas medidas são cruciais neste processo, nomeadamente: avaliar o impacto ambiental do que a sua organização faz, dando prioridade a certas áreas para se concentrar ou reduzir, e identificar e estabelecer metas e formas de reduzir ainda mais a sua pegada ecológica. No entanto, a avaliação da vossa pegada ecológica não é um processo linear. Alguns membros sublinham a necessidade de identificar com consistência áreas de melhoria.

AVALIAR O IMPACTO
Para avaliar o estado atual do vosso impacto ambiental como organização, tem de realizar uma análise e avaliação dos aspetos ambientais relevantes relacionados com as suas atividades. Para esse efeito, alguns membros da CIDSE efetuaram uma auditoria ambiental e/ou contrataram um consultor para ajudá-los a estabelecer sistemas de medição e avaliação. Outros desenvolveram os seus próprios sistemas internos e, sempre que possível, utilizaram ferramentas e recursos de medição online que já existiam. Dependeu muito dos recursos e das capacidades disponíveis nas organizações concretas.
Alguns dos desafios que os membros da CIDSE enfrentaram na avaliação do impacto foram problemas relacionados com a recolha e captação de dados (por ex., a falta dos dados necessários, lacunas nos dados ou problemas com o acesso e armazenamento de dados) e a subestimação dos requisitos de recursos e de tempo necessários para aceder aos dados e concluir as avaliações. Um bom exemplo do primeiro aspeto é o trabalho com as calculadoras online disponíveis para avaliar o impacto ambiental das viagens. Para calcular as emissões de CO2 das viagens aéreas, por exemplo, ainda existe muita incerteza sobre o fator pelo qual as emissões reais devem ser multiplicadas para se ter uma ideia correta do impacto climático total.
DAR PRIORIDADE A ÁREAS DE IMPACTO
Com base na avaliação de onde se situam como organização, alguns membros da CIDSE identificaram depois certas áreas de impacto às quais dariam prioridade no seu trabalho sobre a pegada ecológica da organização. É melhor basear esta priorização tanto na relevância ambiental (baixa, média, alta) das áreas de atividade de uma organização como nas oportunidades de mudança (baixa, média, alta).
Avaliar a pegada ecológica da organização revelou que, para vários membros da CIDSE, as viagens são a maior fonte de emissões de CO2 (ver também a secção de “práticas inspiradoras” desta ferramenta), que se tornou assim uma área importante em que se deviam concentrar. No entanto, por vários motivos, esta não é uma área em que se possa fazer mudanças facilmente. Devido à epidemia da COVID-19, vários ajustes de curto prazo (por ex., mudar para o trabalho online) permitiram-nos evitar viajar, mas nem todas são soluções a longo prazo e as viagens continuam a ser importantes para uma parte do nosso trabalho. Alguns membros da CIDSE salientaram, por exemplo, nas suas políticas ambientais que, embora as viagens internacionais representem uma grande parte das suas emissões de CO2, isto não pode sempre reduzir-se cada vez mais devido às suas funções como organizações. Este aspeto merece ser debatido de uma forma mais holística, considerando as várias necessidades e objetivos do nosso trabalho.
Além disso, as áreas que dão origem ao maior impacto ambiental podem nem sempre ser áreas em que se podem fazer reduções a curto prazo. Os membros da CIDSE comentaram que aliar medidas aspiracionais de longo prazo e resultados imediatos de curto prazo é importante para conquistar a visibilidade e a adesão necessárias para alcançar as metas aspiracionais de longo prazo (ver secção II).
ALGUNS EXEMPLOS CONCRETOS DOS MEMBROS:
A BROEDERLIJK DELEN identificou várias áreas a trabalhar. Em cada ano, escolhiam três áreas do plano de ação da sua “Política Verde” para melhorar ainda mais. Em 2019, trataram da comunicação (interna e externa), viagens (voos) e energia. Em 2020, estão a analisar a alimentação, investimento/desinvestimento e edifícios (incluindo o bem-estar no trabalho) (Grupo de Trabalho da Política Verde – Método e planeamento de trabalho 2018-2021).
Com base na primeira fase da sua auditoria ambiental, a MISEREOR identificou as viagens de trabalho internacionais e não europeias e a produção de materiais como candidatos adequados, em termos de relevância ambiental e oportunidades de mudança. Contudo, no futuro, a sua equipa ambiental identificou oportunidades e necessidade de ação sobre as viagens europeias, os eventos, o aquecimento e as compras. A produção de materiais também continua a estar na agenda (Programa Ambiental da Misereor 2019-2021).
A TRÓCAIRE identificou inicialmente três áreas em que se devia concentrar (viagens internacionais e nacionais, e impressões internas e externas). Depois, acrescentaram a energia e os resíduos (TOR, Iniciativa Glas, março de 2016).
DEFINIR OBJETIVOS E METAS
Além de avaliar e priorizar as principais áreas de impacto, também é bom que se definam metas concretas como organização. Vários membros da CIDSE estão atualmente a estudar a melhor forma de definir as suas metas de redução. A sua experiência mostra que existem algumas maneiras de o fazer. Pode-se apenas definir um objetivo, mesmo que não seja baseado em dados muito científicos. Este foi o conselho que um membro da CIDSE recebeu do seu consultor ambiental. A lógica por trás disso é que é sempre bom ter alguma coisa em que trabalhar. Pode superar a meta, pode não a atingir, mas pelo menos está a focar a mente das pessoas nessa meta de redução. Outro método é basear-se em metas de redução acordadas internacionalmente. Alguns membros tentam moldar as duas metas anuais de redução na implementação das metas do Acordo de Paris, ou seja, -40% de emissões até 2020, -60% até 2030; zero emissões a partir de 2050.
INTEGRAR A SUSTENTABILIDADE E A AVALIAÇÃO DA PEGADA ECOLÓGICA NA SUA ORGANIZAÇÃO
Quando começa a trabalhar na redução da pegada ecológica da sua organização, geralmente é importante começar por dar pequenos passos. Medidas que possam ser concretizadas facilmente, mas que sejam visíveis e possam ser comunicadas e celebradas dentro da organização. Isso pode criar a motivação necessária para avançar e tomar outras medidas para reduzir ainda mais o impacto ambiental. Como disse um membro da CIDSE na sua história, “tentamos fazer um bocadinho todos os dias”.
No entanto, incorporar verdadeiramente o trabalho sobre a avaliação da pegada ecológica nas estruturas organizativas traz claros benefícios, em especial quando se trata de ampliar os vossos esforços. Os membros da CIDSE estão a explorar diferentes formas de fazer com que isso aconteça. As suas experiências demonstram que existem vários fatores que podem ter uma grande influência no alcance dos objetivos e metas que uma organização definiu, nomeadamente:
- incorporar o trabalho sobre pegadas ecológicas nos instrumentos estratégicos e de planeamento na vossa organização,
- ter recursos dedicados (tanto em termos de orçamento como de pessoal),
- garantir que existe um amplo apoio na vossa organização,
- comunicar externamente sobre o trabalho na vossa pegada ecológica,
- partilhar experiências com outras organizações, parceiros e redes.
Para mais informações sobre cada um dos factores acima, clique no visual abaixo.
Partilha
Partilhar a experiência sobre a vossa pegada ecológica com outras organizações, parceiros e redes pode ser muito valioso e benéfico. Ao longo dos anos, vários membros da CIDSE entraram em diálogo com outros membros, parceiros e aliados da CIDSE e foram um verdadeiro catalisador da mudança. Alguns membros foram essenciais para o início do processo de conversão ecológica nas paróquias e dioceses; alguns abriram os seus grupos de trabalho sobre política verde a representantes de outras organizações instaladas no mesmo edifício; alguns partilharam as suas experiências com outras organizações da sociedade civil em workshops e eventos – de uma maneira formal e informal.
Uma estreita cooperação com os indivíduos, as organizações e as associações a vários níveis e a adesão a alianças estratégicas que cruzem fronteiras de denominações, religiosas e ideológicas serão cada vez mais importantes para a rede CIDSE. CIDSE acredita fervorosamente que a partilha e discussão das maneiras de reduzir ainda mais a sua pegada ecológica não é uma coisa que possa ser feita isoladamente, mas deve fazer parte de um diálogo contínuo com os seus membros, parceiros e aliados, tanto no Norte Global como no Sul Global.
Base de apoio
Trabalhar a pegada ecológica é uma responsabilidade conjunta numa organização. Contudo, garantir que todos participem nem sempre é fácil. Nada é mais frustrante do que ter de lembrar constantemente as pessoas por e-mail, avisos, pessoalmente, etc. É fundamental que as pessoas se habituem cada vez mais às mudanças e que cuidem delas, para que possam celebrar as vossas conquistas em conjunto e se continuem a inspirar uns aos outros. Deve mesmo tornar-se parte da “cultura da organização”. Como disse um membro da CIDSE: “Se não trouxer consigo a equipa, não vai resultar”.
A experiência dos membros mostra que certas “ações” podem apoiar esse processo de garantir que existe uma base de apoio ampla em todos os níveis da sua organização, nomeadamente:
- Clareza da liderança sobre o que é que o trabalho de avaliação significa na prática, e pode ser muito útil incorporar esta dimensão nas políticas ou orientações;
- Além disso, também é fundamental fornecer às pessoas as ferramentas para implementar essas políticas e orientações;
- Afastar-se da conversa sobre o impacto que algumas medidas inevitavelmente terão em certas equipas ou pessoas para chegar a uma discussão mais ampla sobre o impacto na organização pode ser uma boa forma de proceder. Por exemplo, associando-o claramente à missão da organização ou a recursos inspiradores, como a Laudato Si’;
- Incluir informações sobre disposições e sistemas ambientais como componente fixa da formação inicial e/ou acrescentá-las a um pacote de apresentação;
- Solicitar um selo ambiental pode ajudar a conseguir a adesão das pessoas e a motivá-las para trabalhar pela sustentabilidade e pela vossa pegada ecológica; quando um selo apenas é válido por um determinado período, isso pode incentivar uma organização a continuar a melhorar.
- Desenvolver uma estratégia de comunicação e envolvimento para informar a equipa e os voluntários acerca do trabalho sobre a vossa pegada ecológica:
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- Isso pode incluir a organização de uma reunião com a equipa sobre o trabalho da pegada ecológica, em que, por exemplo, vários membros da equipa falem das medidas tomadas e dos resultados alcançados, no qual haja uma oportunidade para reconhecê-los e celebrá-los.
- Informar a equipa sobre como podem participar ativamente neste trabalho (por ex., criar um grupo de zeladores da sustentabilidade no escritório);
- Organizar um programa anual de formação, em que a equipa ambiental discuta temas ambientais e os funcionários se possam envolver e fazer perguntas;
- Proporcionar um espaço onde os funcionários possam partilhar as mudanças que fizeram nos seus próprios estilos de vida e onde possam aprender uns com os outros formas de reduzir as suas pegadas ecológicas pessoais;
- Utilizar uma newsletter interna para relatar as conquistas ou sensibilizar a equipa para a importância de trabalhar a pegada ecológica da organização. Também pode ser usada para fomentar ações que desafiem todos a usar a Quaresma, por exemplo, para analisar uma das suas próprias escolhas menos sustentáveis;
- Partilhar informação regularmente sobre a pegada ecológica na Intranet das vossas organizações;
- Organizar atividades no escritório, tais como um pequeno-almoço “amigo do clima”, conversas ao almoço ou refeições em que todos contribuam com um prato;
- Incentivar os voluntários e seguidores a avaliarem a pegada ecológica dos seus próprios estilos de vida e dar-lhes ferramentas concretas [Ver exemplos na nossa secção de recursos].
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Dito isto, embora se possam tomar algumas medidas para fomentar o envolvimento da equipa, outras coisas permanecem voluntárias e só podem acontecer com um compromisso pessoal.
Recursos
Desenvolver políticas sobre a pegada ecológica e avaliar o impacto ambiental das vossas atividades é uma tarefa que consome muitos recursos e tempo. Por esse motivo, o trabalho sobre a pegada ecológica não pode acontecer se quem lhe sejam dedicados os recursos adequados, em termos de orçamento e de pessoal.
Se o objetivo for reduzir o impacto ambiental, isso também significa que é preciso disponibilizar um orçamento para a implementação dessas medidas. Alguns exemplos:
- Se se favorecer a videoconferência em detrimento das reuniões presenciais, isso vai implicar um investimento. Em alguns casos, pode ser necessário estabelecer os equipamentos para a videoconferência nas delegações internacionais.
- Alguns membros da CIDSE realizaram uma avaliação energética dos seus escritórios/edifícios, que levou a várias recomendações. Contudo, enquanto algumas das recomendações puderam ser seguidas muito facilmente, outras geralmente implicaram um investimento financeiro significativo.
- Viajar de comboio na Europa é, muitas vezes, mais caro e demorado do que viajar de avião. As escolhas da organização sobre as pegadas das viagens devem refletir-se nos orçamentos das deslocações.
A experiência dos membros também demonstrou que existe uma clara necessidade de ter uma equipa dedicada na organização, que seja responsável pela monitorização e acompanhamento. Para alguns membros da CIDSE, ter uma equipa apaixonada e motivada foi o que faz avançar verdadeiramente o seu trabalho sobre a pegada ecológica. No entanto, é necessário alocar tempo e espaço para que o seu trabalho seja sustentável a longo prazo, e tem de se implementar sistemas que promovam o conhecimento, a gestão e a transferência adequados. Alguns membros criaram uma equipa ou grupo de trabalho ambiental para dar continuidade e consistência ao seu trabalho sobre a pegada ecológica e política verde. Ter uma equipa com uma base ampla que represente as partes relevantes da organização, apoiada pela direção geral, é essencial.
Enquadramento
Uma maneira de adotar uma abordagem mais sistemática para trabalhar a pegada ecológica é integrar esse trabalho nos instrumentos estratégicos e de planeamento da sua organização. Na CIDSE, a abordagem sobre a sua própria pegada ecológica foi incorporada no seu quadro estratégico e no plano operacional desde 2016. Consequentemente, a CIDSE tem um mandato claro para continuar a trabalhar na avaliação e redução do seu impacto ambiental de forma mais consistente, nomeadamente criando oportunidades de partilha e aprendizagem entre os seus membros e monitorizando e avaliando os esforços realizados até ao momento. Isso também permitiu que este trabalho fosse incluído no planeamento da organização e que as medidas de implementação necessárias fossem contempladas no seu orçamento.
Comunicação
Comunicar externamente o trabalho sobre a vossa pegada ecológica pode ser um bom incentivo para responsabilizar todas as pessoas da organização. Alguns membros da CIDSE têm-no feito, por exemplo, da seguinte forma:
- incluindo-o no seu relatório anual;
- apresentando a sua política de sustentabilidade ou de pegada de carbono no seu site e criando um espaço dedicado no site para comunicar o ponto de partida e as metas de redução aos voluntários e apoiantes;
- exibindo um selo ambiental no seu site, como reconhecimento externo do trabalho que fazem;
- dando a conhecer a quem visita os seus escritórios ou a quem participa nos eventos a política ou as orientações de sustentabilidade da organização; por exemplo, divulgando atividades ambientais nas salas de reuniões;
- incluindo considerações ecológicas nos materiais de campanha; por exemplo, referindo que uma brochura é impressa em papel reciclado.
Práticas inspiradoras
Esta secção apresenta algumas das práticas inspiradoras em torno da pegadas ecológicas que acontecem dentro da rede CIDSE. Claro que não são exaustivas, mas proporcionam um bom panorama das diferentes opções que os membros da CIDSE consideram quando trabalham sobre o impacto ambiental da sua organização. Algumas destas práticas já estão a ser implementadas, e outras continuam a ter apenas um caráter aspiracional. Neste momento, esta secção representa um conjunto de práticas inspiradoras da Broederlijk Delen, Entraide & Fraternité, Trócaire, CAFOD, Fastenopfer, KOO, Misereor e do Secretariado da CIDSE. Todos têm políticas ou orientações em vigor para facilitar o seu trabalho em torno da pegadas ecológicas. Estes instrumentos são documentos vivos e dinâmicos que são regularmente atualizados e adaptados ao contexto local/regional. Alguns membros dão informações práticas detalhadas sobre como implementar as suas orientações, por exemplo, em anexo à sua política. Isto pode incluir requisitos específicos de atividades ou grupos de produtos (catering ou material de escritório) e dicas concretas de compras sobre produtos e locais.
Como a Pegada Ecológica da CIDSE será revista e atualizada regularmente, serão acrescentadas no futuro mais práticas inspiradoras de outros membros da CIDSE.
Viagens

Para muitos dos membros da CIDSE, as viagens representam a maior percentagem da sua pegada de carbono operacional. No entanto, muitos consideram as viagens essenciais para gerir a sua organização e para o seu trabalho com os parceiros e as delegações dos países, constituindo uma parte inerente à sua atividade principal. Conciliar as preocupações ambientais com a missão ou mandato internacional da sua organização nem sempre é fácil. No entanto, continua a ser fundamental considerar a quantidade e o impacto das nossas viagens. Monitorizar o impacto ecológico das deslocações da equipa e, sempre que possível, optar pela forma de transporte que utilize menos carbono é essencial. Os membros da CIDSE já tomaram várias medidas para responder a este problema. Alguns membros têm políticas de viagem bastante abrangentes, enquanto outros pedem à sua equipa para ter em conta o impacto das suas viagens.
Alguns princípios gerais sobre viagens que os membros da CIDSE adotaram:
Considerar a necessidade e o objetivo da viagem: Nas viagens internacionais, alguns fazem a distinção entre “viagens necessárias” e “viagens desnecessárias”. As viagens aéreas são “necessárias” para atingir os objetivos da organização. Se esses objetivos também puderem ser atingidos de outra forma razoável, a viagem é “supérflua”. Quando um pedido de viagem é feito, as pessoas têm de explicar se a viagem é necessária ou não. Depois, é tomada uma decisão que é analisada caso a caso. Se houver uma necessidade justificada de viajar, alguns membros da CIDSE introduziram uma forma de viajar eficiente, em que recomendam que se juntem vários objetivos/países numa só deslocação, se isto acrescentar valor.
Considerar o custo de toda a viagem: É importante sublinhar que, para alguns membros da CIDSE, as considerações sobre viagens não se concentram apenas nos aspetos ecológicos, mas sobretudo no “custo” de toda a viagem, quando é tomada uma decisão, e no meio de transporte escolhido. Isso inclui considerações ambientais (por ex., emissões de carbono), preço dos bilhetes, e possíveis custos adicionais (como táxis ou estacionamento), mas também os custos em termos de tempo, produtividade e vida familiar. Outro elemento importante, do ponto de vista do bem-estar dos funcionários, é a questão da “segurança ao viajar” – por exemplo, nem sempre é possível evitar voos internos nas missões internacionais.
MEDIDAS CONCRETAS TOMADAS NA REDE CIDSE
VIAGENS NACIONAIS OU EUROPEIAS
- Os voos internos e europeus apenas são permitidos se a disponibilidade da pessoa que vai viajar não permitir outra opção de viagem e a Direção tiver aprovado;
- Os funcionários são incentivados a viajar de comboio em percursos de até 6 horas;
- Ter como regra básica que, para destinos a menos de 500 km de distância ou com um tempo total de viagem (de casa ao destino final/hotel) inferior a um dia útil (7,5 horas), deve ser escolhido o transporte público;
- Preferir o comboio ao avião sempre que possível;
- Viajar de comboio (e autocarro), sempre que possível, nas viagens dentro da Europa;
- Exigir que todos os funcionários utilizem o comboio ou transportes públicos, sempre que possível, nos regulamentos de viagens profissionais;
- Viajar de carro (partilha de carro) apenas é permitido em casos especiais, como quando o destino é de difícil acesso ou quando se transporta equipamento e materiais;
- Para destinos onde não se possa chegar de comboio de forma eficiente, continua a recomendar-se o uso do comboio, mas é provável que se chegue a esses destinos de avião;
- Considerar um meio de transporte mais amigo do ambiente se o custo for inferior a 50% acima de um voo regular médio;
- Se não se puder usar o transporte público em viagens de trabalho, deve dar-se preferência ao aluguer de carros elétricos ou veículos híbridos ou aos serviços de partilha de carros;
- Conjugar vários objetivos e vários países numa só viagem;
- Pedir à equipa para acrescentar o cálculo das emissões de CO2 ao seu formulário de pedido de viagem.
VIAGENS INTERCONTINENTAIS
- Conjugar vários objetivos e vários países numa só viagem;
- Limitar o número de voos intercontinentais que um membro da equipa ou departamento da organização pode fazer por ano.
- Pedir à equipa para acrescentar o cálculo das emissões de CO2 ao seu formulário de pedido de viagem.
DESLOCAÇÕES DIÁRIAS
- Incentivar os funcionários a usar a bicicleta ou os transportes públicos para ir trabalhar;
- Disponibilizar locais para prender bicicletas gratuitos e seguros no escritório;
- Pagar as despesas da bicicleta para as deslocações entre casa e o trabalho;
- Disponibilizar duches no local para ciclistas;
- Disponibilizar bicicletas de serviço/da empresa e algum equipamento básico para aluguer (incluindo capacetes, capas e sacos para a chuva);
- Contribuir para os custos mensais do funcionário com transportes públicos ou reembolsar 100% das deslocações sem transporte público;
- Disponibilizar sistemas de partilha de bicicleta ou de carro para funcionários;
- Criar um contrato de prestação de serviços “a partir de casa” para permitir que os funcionários trabalhem em casa, de forma flexível e com base na necessidade, evitando as deslocações para o escritório.
Algumas das opções precisam de oferecer alternativas, tais como outros meios de transporte, opção pelo teletrabalho e teleconferência, e implicam um investimento nessas alternativas. A experiência dos membros da CIDSE mostra que ter uma política de viagens pode ajudar a comunicar mais claramente alguns dos compromissos que as organizações enfrentam e algumas das decisões tomadas. Pode também ajudar as organizações a definir metas claras de redução. Alguns membros da CIDSE definiram uma meta anual de emissões de CO2 na sua organização, que não deve ser ultrapassada, incluindo todas as formas de viajar. Outros estão a considerar implementar orçamentos de carbono ou limitar o número de viagens intercontinentais que a sua equipa (ou um departamento) seja obrigada a fazer.
Escritório


ÁGUA
Medidas tomadas na rede CIDSE:
- Usar água de forma económica;
- Disponibilizar fontes de água potável na cozinha e nas casas de banho;
- Oferecer água da torneira fresca e/ou gaseificada;
- Ter um dispensador de água fresca de alta qualidade disponível para todos os funcionários;
- Verificar regularmente se há fugas nas canalizações de água;
- Instalar um barril de recolha de água da chuva no pátio para regar as plantas.

COMPRAS
Todos os anos, o Secretariado da CIDSE e os membros da CIDSE gastam avultadas quantias em compras. Como rede, isto dá-nos uma enorme alavancagem para promover a mudança, optando por compras social e ambientalmente justas. Nos últimos quinze anos, houve uma expansão, consolidação e intensificação de um modelo abusivo de utilização dos “recursos naturais” em todo o mundo. Este modelo devastou e degradou vastas áreas e intensificou as condições de injustiça climática. Como vários parceiros da CIDSE relataram, este modelo impõe uma lógica de acumulação nas economias locais, que beneficia as empresas do setor, impõe mudanças e retrocessos na legislação de proteção social e ambiental, e afeta o quotidiano das comunidades locais, violando os direitos humanos, afetando especialmente a vida de mulheres e crianças. Como fazemos campanhas coerentes por padrões de produção e consumo justos e sustentáveis no nosso trabalho de advocacia, também temos de aplicá-los para sermos coerentes nas nossas compras. Para este efeito, alguns membros da CIDSE adotaram orientações sobre compras sustentáveis.
Como refere um membro da CIDSE na sua declaração ambiental, “além do rácio preço/desempenho e da qualidade do produto, a ecologia é um critério importante na compra de material de escritório. Mesmo que a relevância ambiental de um produto específico seja baixa, a implementação consistente deste conceito tem um efeito acentuado” (Misereor, Declaração Ambiental 2018).
Medidas tomadas na rede CIDSE:
MATERIAL DE ESCRITÓRIO
- Ao comprar equipamento para o escritório, dar preferência a materiais de escritório ecológicos e de comércio justo e produtos com certificação ecológica de produção, se existir;
- Ao comprar mobiliário, deve prestar-se atenção à vida útil dos móveis e ao fabrico amigo do ambiente. Em caso de falta de transparência, procure informações sobre as condições de produção;
- Usar o equipamento o máximo de tempo possível. Isto aplica-se ao hardware e ao software no setor das TI e ao material e equipamento de escritório. Só quando o equipamento deixar de poder ser usado ou reparado é que deve ser descartado de forma a permitir a sua reciclagem;
- Favorecer produtos de limpeza ecológicos e biodegradáveis; trabalhar com empresas de limpeza locais; garantir que as fichas de dados de segurança apresentadas para os materiais de limpeza confirmem que não são (ambientalmente) perigosos;
ALIMENTOS
- Comprar produtos locais, da época e, se possível, orgânicos;
- Dar prioridade a produtos locais ou de comércio justo com certificação orgânica;
- Participar numa cooperativa alimentar e comprar aí (a maioria dos) produtos alimentares.
COMPUTADORES & APARELHOS TIC
- Comprar equipamento de alta qualidade;
- Comprar computadores a empresas com elevados padrões ambientais e éticos;
- Comprar equipamentos que poupem energia;
- Mudar para portáteis, que geralmente usam menos energia e são produzidos com mais eficiência;
- Considerar a compatibilidade ambiental e a sustentabilidade ao comprar e utilizar equipamentos técnicos;
- Ao comprar equipamento informático e eletrónico, devem ser tidos em conta os resultados das investigações de campanhas sobre indústrias extrativas (por ex., a campanha HTNR).

EDIFÍCIOS
Todos os edifícios têm uma pegada ecológica. Muitos países adotaram políticas para reduzir as emissões de gás de efeito de estufa nos edifícios através de medidas para melhorar a eficiência energética. No entanto, vários membros da CIDSE não são proprietários dos edifícios onde trabalham. Ainda que muitos deles gostassem de reduzir a pegada ecológica dos seus edifícios, isto nem sempre é viável. No entanto, independentemente da propriedade, os membros têm algumas práticas a partilhar.
Medidas tomadas na rede CIDSE:
Edifícios arrendados:
- Falar com o proprietário sobre assumir melhores padrões ecológicos;
- Tomar medidas de poupança de energia que se possam realizar nos termos do vosso contrato.
Edifício próprio:
- Instalar painéis solares;
- Tornar mais verde a fachada do edifício;
- Criar uma horta ou um espaço para cultivar vegetais em vasos.
Ao comprar um novo edifício:
- Examinar a construção ecológica do edifício.
Ao renovar o vosso edifício:
- Instalar novas janelas mais energeticamente eficientes;
- Modernizar o sistema de controlo do aquecimento central do edifício;
- Instalar isolamento;
- Modernizar os cabos elétricos para serem mais eficientes;
- Considerar aspetos de economia circular, por exemplo, no uso de materiais de construção.

PAPEL
Medidas tomadas na rede CIDSE:
USO INTERNO DE PAPEL
- Alterar as configurações padrão para o modo ecológico em todos os computadores da equipa: imprimir frente e verso; não imprimir a cores, a menos que seja inevitável, e imprimir em modo rascunho;
- Ter fotocopiadoras e impressoras com função de “impressão frente e verso”;
- Usar papel reciclado, papel usado 100% certificado ambientalmente, ou usar um tipo de papel específico;
- Reciclar o papel;
- Reciclar toners e tinteiros e criar pontos de recolha específicos;
- Reutilizar caixas de cartão;
- Usar papel reciclado em produtos de higiene;
- Circular memorandos por e-mail para poupar papel;
- Guardar manuais, políticas e outros documentos online;
- Enviar cartões de Natal por via eletrónica;
- Considerar fazer campanhas, comunicação e angariação de fundos com menos uso de papel.
USO EXTERNO DE PAPEL
- Pedir orçamentos de gráficas que se destaquem na ecologia e sustentabilidade;
- Dar prioridade a empresas de impressão ecológica nas impressões externas, se possível;
- Garantir que os principais contratados operem de forma sustentável e exigir que apenas utilizem papel reciclado e que a produção de materiais tenha um impacto neutro no clima.

ENERGIA
Medidas tomadas na rede CIDSE:
Algumas das ações nesta área são muito práticas, nomeadamente:
- Desligar da ficha o equipamento quando não está a ser utilizado e ao sair do escritório;
- Disponibilizar placas de alimentação alternáveis para cada estação de trabalho;
- Desligar as luzes quando não forem necessárias;
- Ajustar o termostato para alguns graus abaixo e adotar definições para fora do horário de expediente e fim-de-semana;
- Mudar para lâmpadas fluorescentes compactas;
- Garantir que a iluminação em todos os escritórios esteja tecnicamente atualizada e tenha alta eficiência energética;
- Equipar a iluminação com uma combinação de detetores de movimento e de presença, bem como reguladores sensíveis à luz do dia;
- Ajustar os lavatórios das casas de banho com água fria para que não seja necessário aquecer a água;
- Mudar para um fornecedor de energia verde ou para eletricidade 100 por cento renovável é outra medida que alguns dos nossos membros tomaram.
Outras medidas para reduzir ainda mais o uso de energia exigem muito mais investimento, como a instalação de painéis solares ou a substituição dos sistemas de aquecimento. Além do custo do investimento, em todas as medidas de poupança de energia são tecnicamente viáveis. Arrendar um edifício, em vez de ser proprietário, também tem um impacto na forma como a organização pode reduzir ainda mais o consumo de energia. Para avaliar o seu consumo de energia, alguns membros da CIDSE efetuaram um estudo sobre o consumo de energia, para ajudá-los a identificar áreas em que ainda podiam fazer progressos. Todas essas medidas práticas estão enraizadas na análise e na advocacia da CIDSE sobre o clima e a energia. Para mais informações, consulte a nossa secção de recursos.

RESÍDUOS
Medidas tomadas na rede CIDSE:
- Evitar os resíduos, tanto quando possível;
- Criar um sistema de reciclagem claro e centralizado, com base nas orientações das autoridades locais;
- Fornecer contentores apropriados para os diferentes tipos de resíduos de escritório;
- Fazer compostagem do lixo orgânico;
- Adotar instruções claras sobre tratamento de resíduos no escritório;
- Descartar os produtos usados da maneira oficialmente prevista;
- Reciclar o lixo eletrónico. Para isto, alguns membros da CIDSE trabalham com uma organização externa que é responsável pela reciclagem de hardware das TI que deixem de ser necessárias na organização.
Atividades

EVENTOS
Os eventos são uma boa oportunidade para dar a conhecer aos participantes as vossas práticas amigas do ambiente, demonstrar o que é possível fazer em encontros verdes e sustentáveis, incentivá-los a participar e entrar em diálogo com eles. Tal como nas viagens, questionar a necessidade de realizar/organizar um evento e ponderar o negativo face aos efeitos positivos é fundamental. Ao preparar um evento, alguns dos nossos membros verificam se faz sentido realizá-lo por motivos ecológicos e se os benefícios superam os custos. Se a avaliação for positiva, é importante manter a implementação amiga do ambiente em destaque.
Medidas tomadas na rede CIDSE:
LOCAIS
- Optar por um local que cumpra os vários critérios da sua política de sustentabilidade, se possível;
- Se possível, promover critérios de sustentabilidade no local;
- Na organização de uma reunião internacional, considerar com atenção o número de participantes necessário. Certas reuniões internacionais (que impliquem 10 viagens internacionais) obrigam a uma decisão institucional.
VIAJAR PARA O LOCAL DO EVENTO
- Prestar aos participantes informações exaustivas sobre transportes públicos antes do evento, para aumentar a probabilidade de usarem transportes públicos; e recomendar vivamente que usem os transportes públicos para chegarem;
- Escolher um local que possa ser facilmente acedido em transportes públicos. Isto deve aplicar-se a atividades internas (festa da equipa, dias de reflexão, excursões, etc.) e atividades externas (workshops, eventos, etc.);
- Ao organizar atividades com participantes, ter em conta a acessibilidade do local;
- Distribuir os materiais entre a equipa de maneira uniforme, para garantir que todos podem usar transportes públicos.
CATERING
- Catering sem carne em eventos: todos os almoços, jantares e lanches são estritamente vegetarianos;
- Em eventos maiores, contratar empresas de catering locais e privilegiar produtos locais e orgânicos ou garantir que a alimentação seja à base de produtos regionais, da época e de comércio justo;
- Escolher fornecedores que trabalhem com produtores locais e produtos da época e de comércio justo;
- Se possível, oferecer café, chá e sumos de comércio justo. Adotar uma política sem refrigerantes;
- Todos os utensílios devem ser reutilizáveis (louça, vidro, metal, etc.) – sem pratos ou copos de plástico; usar panos de tecido em vez de papel e guardanapos de papel reciclado;
- Oferecer água da torneira, se a água da torneira for limpa, em vez de comprar água engarrafada.
PROMOÇÃO E COMUNICAÇÃO
- Tentar reduzir os materiais impressos às estritas necessidades do evento;
- Tanto quanto possível, apenas distribuir comunicações e materiais promocionais por via digital;
- Os convites e inscrições são cada vez mais enviados por via digital, em vez de cartas e cartões de resposta.
REUNIÕES
- Usar videoconferência sempre que possível;
- Equipar mais escritórios e salas com tecnologia de videoconferência;
- Projetar documentos no ecrã nas reuniões para que a equipa não tenha de imprimir cópias dos documentos preparatórios.
CAMPANHAS (MATERIAIS)
Medidas tomadas na rede CIDSE:
- Ter uma estratégia clara sobre a necessidade de materiais promocionais/de campanha para evitar a compra de aparelhos desnecessários;
- Ter em conta a quantidade nas encomendas;
- Dar preferência a produtos que sejam produzidos localmente, no país ou na Europa, quando comprar materiais de campanha;
- Ao comprar materiais de campanha e brindes, dar preferência a bens produzidos de forma sustentável. Em caso de falta de transparência, procurar informações sobre as condições de produção;
- Sempre que possível, os materiais devem ser produzidos a partir de material reciclado e ter um impacto neutro sobre o clima. Vários materiais estão cada vez mais disponíveis online;
- Tentar distribuir os materiais com um impacto neutro sobre o clima.
Temas para futura reflexão e debate na rede CIDSE

Compensação de emissões
Alguns membros da CIDSE estão a pensar em como podem compensar emissões inevitáveis. Atualmente, alguns compensam as emissões inevitáveis através de organizações externas de compensação. Outros optam por compensar de outra forma, argumentando que as suas próprias organizações já apoiam atividades “de compensação” e que esse dinheiro que poderia ir para os seus parceiros e trabalho ambiental seria dessa forma gasto fora da organização. Além disso, alguns não querem dar a impressão de que a compensação resolve tudo – uma impressão que poderia levar a um aumento das emissões e corria o risco de comprometer a redução global de emissões. Há ainda a questão de equilibrar os efeitos negativos e positivos de toda a organização.
A questão de compensar ou não e de como compensar não é fácil, e é necessário ter em conta vários problemas. Contudo, é importante que as decisões sobre redução e compensação de emissões sejam amplamente discutidas internamente com a organização ou rede, para que tenham o apoio de todos na organização.
Desinvestimento
Inspiradas pela encíclica Laudato Si’, cada vez mais organizações e instituições cristãs de todo o mundo deixaram de querer investir o seu dinheiro nos setores dos combustíveis fósseis, mas sim em atividades económicas que ajudem a promover a transição para um futuro sustentável e favorável ao clima. Isto baseia-se numa consciência de que têm a responsabilidade de conseguir uma transição rápida e equitativa da “era fóssil” para uma economia de baixo carbono e energia limpa para todos. Alguns membros da CIDSE comprometeram-se a parar de investir reservas financeiras em ações ou fundos que envolvam a exploração de combustíveis fósseis e a retirar os investimentos nos setores fósseis nos próximos anos, reinvestindo no desenvolvimento sustentável, nas energias renováveis e na transição para uma economia de baixo carbono.
Chegou a altura de fazer um balanço da implementação prática destes compromissos na rede CIDSE, aprender com as diferentes experiências e abandonar totalmente todos os investimentos em combustíveis fósseis em toda a rede, desenvolvendo orientações práticas sobre investimentos sustentáveis e responsáveis.
Impacto das medidas sobre a pegada relacionadas com as viagens no trabalho com os parceiros
Esta questão para reflexão e debate está ligada a uma discussão mais ampla sobre o que pode significar uma redução nas viagens intercontinentais para o trabalho da rede CIDSE e dos seus membros com os parceiros internacionais. Alguns membros referiram que reduzir o número de viagens intercontinentais para reduzir as emissões de carbono resultantes das viagens aéreas teria inevitavelmente um impacto (especialmente a longo prazo) no seu trabalho com os parceiros. Por exemplo, ia exigir dos parceiros uma maior capacidade e reforço de recursos, e que os parceiros realizassem uma parte maior do trabalho que os membros da CIDSE tradicionalmente fazem. É também uma discussão que deve envolver os doadores, que muitas vezes insistem em viajar para os países parceiros para visitas iniciais, intercalares e finais e para avaliação. Será que isto é mesmo necessário ou poderiam ser usadas outras ferramentas e procedimentos para cumprir os mesmos requisitos? A reflexão e discussão sobre o impacto das mudanças na pegada relativa às viagens no trabalho com os parceiros vai ser cada vez mais importante para a rede CIDSE.
Impacto ambiental da comunicação digital
A secção sobre “práticas inspiradoras na rede CIDSE” demonstra que vários membros da CIDSE se estão a afastar cada vez mais da distribuição de materiais impressos, adotando uma comunicação mais digital, sempre que possível, nomeadamente: passar os relatórios anuais para formatos digitais; guardar material online em vez de imprimir; substituir deslocações por videoconferência, etc. No entanto, a comunicação digital também consome energia e contribui para a pegada ambiental da rede CIDSE. Pelo menos um dos membros da CIDSE, por exemplo, está a considerar o consumo de energia dos seus servidores e maneiras de limpar os seus servidores (sobretudo em relação a materiais de fotografia e vídeo) para evitar a necessidade de aumentar a capacidade e armazenamento do servidor. É um tema que merece maior atenção no contexto mais amplo da pegada ecológica da rede CIDSE.
Recursos sobre pegada ecológica da CIDSE

Políticas de sustentabilidade ou orientações adotadas pelos membros da CIDSE:
- Misereor: Umwelterklärung (Environmental Statement) [GER]
- CAFOD: Environmental Policy [ENG]
- Trócaire: Carbon Footprint Policy [ENG]
- KOO: Klimaschutz Leitlinien (Climate Protection Guidelines) [GER]
- Entraide & Fraternité: Politique de Développement Durable (Sustainable Development Policy) [FR]
Inclusão da pegada ecológica nos relatórios anuais das organizações membros:
- Broederlijk Delen Annual Report 2018 [NL]
- Trócaire Annual Report 2018-2019 [ENG]
- CAFOD Annual Report 2018-2019 [ENG]
- Entraide & Fraternité Annual Report 2018 [FR]
- Cordaid Netherlands Annual Report 2018 [ENG]
Informação sobre as pegadas ecológicas organizacionais nos sites dos membros:
- Secção sobre sustentabilidade no site da Misereor: https://www.misereor.de/ueber-uns/umweltmanagement [DE]
- Reduzir a pegada de carbono da Trócaire: https://www.trocaire.org/about/carbon-footprint [ENG]
- Secção sobre indicadores ambientais no site da Broederlijk Delen: https://www.broederlijkdelen.be/sites/default/files/downloads/milieuindicatoren_2018.pdf [NL]
-
Fastenaktion, relatório de sustentabilidade: Nachhaltigkeitsbericht 2019–2020 [GER] – Rapport de durabilité [FR]
Incentivar os funcionários, voluntários e seguidores a considerar a pegada ecológica dos seus próprios estilos de vida:
- Dicas da CAFOD sobre como cortar a pegada de carbono e quiz sobre carbono: https://cafod.org.uk/News/Campaigning-news/Cut-your-carbon-footprint [ENG]
- Secção sobre como mudar de modo de vida no site da Broederlijk Delen: https://www.broederlijkdelen.be/nl/doe-mee/verander-je-manier-van-leven [NL]
- Conversas sobre carbono organizadas pela Fastenopfer: https://sehen-und-handeln.ch/klimagespraeche/ [DE]
Considerar o impacto ambiental das atividades para jovens:
- O decálogo sustentável – resultado do primeiro acampamento sustentável da Manos Unidas, organizado em Espanha em 2018: https://www.cidse.org/2018/08/20/the-sustainable-decalogue-of-manos-unidas-youth/ [EN/ES]
Calculadoras externas que podem ser usadas no cálculo das emissões:
- Calcular as emissões dos voos: https://www.atmosfair.de/en/offset/flight/ [EN]
- Calcular o impacto ambiental do nosso papel: https://c.environmentalpaper.org/ [EN]
Publicações relevantes da CIDSE:
- Urgência Climática: Avançar para um Novo Paradigma: https://www.cidse.org/wp-content/uploads/2018/09/CIDSE-The_Climate_Urgency_Sept_2018.pdf; esta publicação explora como uma mudança de paradigma nos nossos sistemas alimentares e energéticos – apoiado em mudanças estruturais nos estilos de vida e na sociedade, podem contribuir bastante para limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C.
Outros recursos relevantes:
- Recursos sobre desinvestimento e compromisso de desinvestimento do Movimento Católico Global pelo Clima: https://catholicclimatemovement.global/divest-and-reinvest/divestment-resources/
Gostaria de partilhar a experiência da sua organização no trabalho sobre a pegada ecológica? Ou outras informações e recursos? Fale connosco! Giorgio Gotra [gotra(at)cidse.org] ou Nicky Broeckhoven [broeckhoven(at)cidse.org]